Olá, pessoal!! Como estão?
Hoje é dia do projeto maravilhoso #12MesesComClarice2019, do qual participo com os blogs amigos: Café com Leitura, da Ana, blog Sobre a Leitura, da Amanda e Leitura Enigmática, do Gustavo.
O conto desse mês é "Cartas a Hermengardo". Vamos falar um pouquinho sobre ele?
"Imagina só que eu hoje me senti tão feliz que me pus a andar pelo quarto até sentir as pernas cansadas e a cabeça tonta. Imagina só que estava chovendo e eu me lembrei de ti. Não, não é assim que eu devo contar."
Posso começar a falar sobre esse conto dizendo que foi o primeiro da autora que leio em forma epistolar e achei muito interessante.
Idalina, nossa personagem, a seu modo estabelece um "diálogo" com um alguém, que logo o chama de Hermengardo, outras vezes, por José. Essa pessoa é seu vizinho de prédio, que ela observava sem mesmo ter alguma vez tido algum contato.
Então, ela escreve. Cartas que nunca serão enviadas. Apenas uma conversa... uma inspiração para sua solidão.
De minha janela enxerguei-te debruçado à tua. Não me olhaste e parece mesmo que não me conheces ainda. Levaste à boca o finzinho do cigarro, depois amassas-te-o com cuidado, jogaste-o fora... e pronto. Só isso. Mas eu compreendi a mensagem.
Este é um conto que fala muito de solidão, de medo da vida e das relações humanas. As cartas se referem muito a Deus e a impressão que tive foi que Hermengardo, não o homem, mas uma simbologia da própria personagem, e assim seria um ponto de referência e um estimulo para que Idalina refletisse sobre sua própria existência.
Uma reflexão sobre a vida!
A personagem poderia apenas escrever um diário, mas ao escrever as cartas ela não se sente mais tão só, há uma esperança. Encontrei também certa mudança em Idalina de uma carta para outra, outra representação muito humana, afinal somos exatamente assim, repletos de sentimentos. O fluxo de consciência nesse conto é um pouquinho diferente.
Enfim, mais um super texto da Clarice e o que mais me encanta é sua maestria na construção de cada palavra, de cada momento e a imensidão de possíveis interpretações, pois cada um leva pra si o que precisa naquele instante. Fantástico!
Autora de romances e contos que figuram entre os mais emblemáticos da literatura brasileira, Clarice Lispector é considerada uma das mais importantes escritoras do século XX. Sua popularidade alcançou níveis surpreendentes nas últimas décadas, especialmente após o fenômeno da internet, mas sua figura e sua obra seguem exercendo sobre leitores o mesmo e fascinante estranhamento que causaram desde sua estreia literária, em 1943. Nesta coletânea, que reúne pela primeira vez todos os contos da autora num único volume, organizado pelo biógrafo Benjamin Moser, é possível conhecer Clarice por inteiro, desde os primeiros escritos, ainda na adolescência, até as últimas linhas. Essencial para estudantes e pesquisadores, para fãs de Clarice Lispector e iniciantes na obra da escritora, Todos os contos foi lançado nos Estados Unidos em 2015, figurando na lista de livros mais importantes do ano do jornal The New York Times e ganhou importantes prêmios, como o Pen Translation Prize, de melhor tradução. Agora é a vez de os leitores brasileiros (re)descobrirem por completo esta contista prolífica e singular.
Uma reflexão sobre a vida!
O que eu sinto é o que eu sinto, e acabou-se: está misturado comigo. E como é que eu posso fazer de mim uma palavra?
A personagem poderia apenas escrever um diário, mas ao escrever as cartas ela não se sente mais tão só, há uma esperança. Encontrei também certa mudança em Idalina de uma carta para outra, outra representação muito humana, afinal somos exatamente assim, repletos de sentimentos. O fluxo de consciência nesse conto é um pouquinho diferente.
E se não puderes seguir meu conselho, porque mais ávida que tudo é sempre a vida, se não puderes seguir meus conselhos e todos os programas que inventamos para nos melhorar, chupa umas pastilhas de hortelã. São tão frescas.
Enfim, mais um super texto da Clarice e o que mais me encanta é sua maestria na construção de cada palavra, de cada momento e a imensidão de possíveis interpretações, pois cada um leva pra si o que precisa naquele instante. Fantástico!
CLARICE LISPECTOR - Todos os Contos
Editora: Rocco
Ano: 2016
Páginas: 656
Gostei da publicação. :))
ResponderExcluirHoje:- As estrelas podem ser enganadoras.
Bjos
Votos de um óptimo Fim-de-semana
Esse conto foi bem melancólico e profundo,sempre Lispector está expressando em seus contos (a maioria, pelo menos) o sofrimento e a solidão da mulher. Ao ler, achei de início de difícil interpretação, mas em um segundo momento, comecei a destacar tais características já citadas acima.
ResponderExcluirOi Fê.
ResponderExcluirEu gosto muito de ler contos quando de autores mais clássicos. Até porque é uma leitura introspectiva e gosto de ter certeza que será boa kk
Enfim, gostei bastante da sua resenha. Me lembra um conto dela chamado Cartas Para Deus. A solidão e o medo são temas que merecem ser abordados.
Beijos.
Blog: Fantástica Ficção
Parabéns pela resenha. Eu gosto do estilo dela, preciso ler esses contos :)
ResponderExcluirParece ser um livro bem Profundo sobre a vida e a solidão e como lidamos com tudo isso, incluindo o medo de socializar!
ResponderExcluirAchei interessante que no final das contas esse personagem ficticio é um 'semblante' da personagem principal!
Parece ser um livro bem interessante!!
Bisou bisou , Isa! ❤
Oi.
ResponderExcluirFaz tempo que estou babando nessa edição. Clarice Lispector tem um jeito único de retratar o ser humano em toda sua essência e complexidade. Parabéns pelo post.
O que mais me agrada nos textos de Clarice é a simplicidade e o lugar de sua escrita e a maneira como usa o cotidiano em suas narrativas. Nesse conto, o que me impressiona é o caminho traçado pela personagem: um personagem imaginário, criado-inventado a partir do vizinho. Outro dia alguém me disse ter ficado confuso, mas não encontro confusão alguma, apenas a solidão de alguém comum que vive sua realidade todos os dias.
ResponderExcluirAdoro essa postagem. rs
Oii, Fê! Tudo bem?
ResponderExcluirMenina, amo acompanhar um pouquinho desse projeto. Como já mencionei antes (mas talvez você não lembre), eu peguei trauma de Clarice Lispector desde que li A Maçã no Escuro para um trabalho da faculdade. Acredito que estava no segundo período da faculdade, em fase de adaptação e começar por esse livro não foi legal, mas vendo esse projeto sinto que vou amar a autora quando eu a conhecer por outras obras. Amei suas colocações sobre esse conto, gosto muito da narrativa em forma epistolar <3
Beijos
É muito bom quando vemos que poucas palavras conseguem ser tão marcantes e ter mais de uma interpretação. Isso que torna a obra toda da autora tão genial!
ResponderExcluirEsse projeto tá lindo!
osenhordoslivrosblog.wordpress.com
Interpretação muito interessante.
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