[Resenha] A Cor da Coragem

 

A COR DA CORAGEM

Julian Kulski | Editora Valentina | 2016
Parceria com a Editora


Julian Kulskin, um garoto polonês, tinha apenas 10 anos quando a guerra começou. Seu pai era vice -prefeito de Varsóvia, e mesmo em tão pouca idade, ele queria lutar, mesmo sem saber os horrores que poderia encontrar, quando a Polônia foi invadida.

O prefeito logo foi deposto e seu pai assumiu a posição, ficando diretamente exposto ao comando nazista e aos poucos o jovem foi se envolvendo na luta, desde o ato de arrancar os cartazes alemães e estar no centro da Resistência.

Anos depois, quando a guerra acabou, para lidar com o trauma, ele escreveu suas memórias, voltando no tempo e relatando desde o começo tudo o que ele viveu.




Leituras que retratam a Segunda Guerra Mundial sempre mexem comigo e não foi diferente com essa obra ao trazer esse período tão doloroso através dos olhos de um menino polonês, mostrando assim um outro viés da História, de alguém que teve seu pais invadido e não era o alvo central da guerra. 

Por seu pai ser um dos governantes, sua família esteve diretamente na linha de frente. E desde o começo é mostrado sua revolta, mesmo sendo tão novo, e sua vontade de lutar. E assim, ao longo dos anos ele se torna um combatente, estando no centro da batalha quando o levante de Varsóvia ocorreu.

Esse livro foi escrito depois que a guerra acabou e Julian tinha 16 anos, sendo publicado muitos anos depois. Sua escrita é direta e fria, e com isso aquela emoção tão comum em leituras como esta acabou ficando em segundo plano. É um relato mais seco sobre os acontecimentos.





Em alguns momentos confesso que fiquei chocada e mesmo tensa com  algumas descrições. O sentimento é que o autor teve a necessidade desse distanciamento frente aos horrores e maior foco na batalha, no que poderia ser feito por ele.

Uma leitura muito valida para conhecermos a visão polonesa sobre a guerra, onde Julian coloca no papel todos seus anseios e os horrores que presenciou. Um relato bastante pessoal dessse período tão sombrio e o qual não podemos esquecer.


“Qual é a cor da coragem? Vermelho, é claro. Pois em tempos de guerra coragem é arriscar o próprio sangue.”



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