Em “Os Memoráveis”, uma repórter, que trabalha em Washington, é convidada e estimulada pelo embaixador a realizar uma espécie de documentário sobre a Revolução dos Cravos, ocorrida em Portugal, sua terra natal.

Num encontro que tiveram, conversaram bastante sobre o que realmente seria relevante, em questões jornalísticas, para merecer o esforço de uma pesquisa histórica atenta, detalhada e de fontes vivas, presentes ao tempo ocorrido.

A Revolução dos Cravos foi um golpe que ocorreu em Portugal, em 25 de abril de 1974, quando forças populares se uniram aos dissidentes militares, com o objetivo de dissolver o regime militar ditatorial vigente. O movimento instituiu um novo governo e uma nova constituição Muitos foram os agentes, protagonistas ou não, que colaboraram para essa revolução; eles tinham objetivos e sonhos sobre melhores condições de vida e sobre a liberdade. A tal repórter sente, por essas memórias, tal identificação que a impulsiona a realizar o desafio que seria extrair, dos bravos homens que ainda restam do evento, as lembranças mais verdadeiras sobre a guinada democrática portuguesa.

Ela retorna à Portugal e passa a buscar aqueles, hoje desconhecidos, que testemunharam e participaram da revolução, descobrindo que muitos já não querem mais falar sobre isso, num sentimento de ingratidão e marginalidade ao qual foram relegados.

Também pesa sobre a repórter a história de seu pai, que pôde acompanhar como membro da imprensa, todo o movimento de democratização e, por vezes, antecipou acontecimentos com sua visão sobre os caminhos trilhados pelo povo português.

Uma boa história para nos motivar sobre as mudanças e a necessidade de se relembrar os eventos passados. É preciso buscar, ao máximo a verdade e ponderar os resultados, como aprendizagem, pois um olhar humano será sempre mais importante em qualquer mudança social.