Merlim, o protagonista, é um ser humano que ficou congelado por séculos e por meio da criogenia volta a vida no século XXV. Sua mãe sofreu um acidente, já gestante, e foi submetida a esta técnica hipotética, até então, mas que no futuro tornou-se realidade.

Ela teve sérios danos cerebrais, mas o feto estava intacto, o que possibilitou que ele fosse ressuscitado e crescesse como qualquer ser humano: estudando e aprendendo.

Mas o mundo para o qual ele retornou não se parece mais em nada com aquele anterior ao acidente da sua genitora. Agora, no século XXV, com a colonização de novos planetas, viagens espaciais ultrarrápidas e tantas novas tecnologias, robôs são abundantes, até mais que humanos, com uma rotina social bem diferente.

Merlim, através de um equipamento e da ajuda de tutores e amigos da escola, retorna à Terra, viajando na linha do tempo por alguns períodos históricos marcantes.

O autor também insere no contexto da história a pandemia com alguns de seus efeitos e as mudanças climáticas e comportamentais, que exigiram uma cooperação mundial em prol da não extinção humana por conta dos nossos constantes erros.

Merlim também vai em busca de uma reconexão com a espécie humana, já que quase tudo nesse futuro em que ele foi “criogenado” é robotizado ou sintético, sem o calor e a pessoalidade que nos é característica.

Este livro é uma ótima dica de leitura para os fãs de histórias de fantasia embasada em ficção científica, mas calcada em várias tecnologias já vislumbradas ou em desenvolvimento.

Possui, também, uma pitada sensual quando insere algumas relações amorosas do protagonista; os desejos inerentes à condição humana retratados na figura de uma pessoa de carne e osso, não tão comum no tal século XXV.

Leitura recomendada, em especial aos mais jovens.