Olá, leitores!
Hoje é dia do projeto #LendoPoe, que realizamos junto com o blog Leitura Enigmática.
E o conto da vez é o "O Homem da Multidão", do livro "Medo Clássico - Edgar Allan Poe" (2º vol), publicado pela DarkSide Books.
Edgar Allan Poe sempre foi uma leitura fascinante para mim, seus contos são intensos, bem construídos e principalmente feitos para causar sentimentos, dos mais diversos.
Em "O Homem da Multidão" é apresentado um narrador que observa um senhor em plena Londres. Enquanto se perde na aglomeração de um dia, a observar a humanidade vagar pela cidade, tipos diferentes e indiferentes uns aos outros, no mais automatismo proporcionado pela rotina do dia-a-dia.
E é nesse cenário que nosso narrador percebe um senhor estranho na multidão, fascinado ele passa a segui-lo. Esse homem vagueia pela cidade e nesse andar o narrador observa uma alternância em seu comportamento, ora mais calmo, ora mais agitado, angustiado.
E o que vem a ser esse comportamento?
"Alguns segredos não se permitem ser contados. Todas as noites, pessoas morrem em suas camas, crispando as mãos de confessores espectrais e fitando-os com pesar - morem com o coração em desespero e a garganta sufocada, em razão de hediondo mistérios que não se permitem ser revelados. Por vezes, infelizmente, a consciência humana carrega um fardo tão pesado em seu horror que só encontra alívio no túmulo. Assim, a essência de todos os crimes permanece oculta."
Poe demonstra no início desse conto os aspectos e características da modernidade, onde representamos os diversos tipos encontrados na sociedade e ao mesmo tempo que a multidão encontra-se lado a lado, estamos afastados, indiferentes ao que se passa ao redor, às pessoas que encontramos e nem mesmo não damos conta.
A narrativa é bem interessante e como sempre envolve o leitor por completo dentro do cenário descrito e das movimentações dos personagens.
Neste conto encontramos, diante dos acontecimentos que se seguem, alguém que não se sente integrado na própria sociedade e por isso ele busca na multidão uma espécie de fuga arrebatada de si mesmo. Ele necessita ser e estar na multidão. Um texto que sem dúvida traz muitas reflexões.
Achei incrível!
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