[Resenha] Uma Árvore Cresce no Brooklyn

UMA ÁRVORE CRESCE NO BROOKLYN

Betty Smith | Verus Editora | 532 páginas | 2021
Recebido em parceria com a Editora


Esta é a narrativa da saga do crescimento de Frances Nolan, ou simplesmente Francie; uma menina cheia de sonhos muito simples, mas que tem de semeá-los numa terra pobre e, aparentemente, infecunda.

“ – Se houvesse uma única árvore como essa no mundo, você a acharia linda – disse Kate. –Mas, como há tantas, não consegue ver o quanto ela é bonita.”

Frances descende de imigrantes pobres e de pouca instrução, que foram tentar a vida nos Estados Unidos. Ela nasceu da união de Kate e Johnny, que viviam no Brooklyn, um bairro bastante pobre. Também havia seu irmão, Neeley, que tinha apenas um ano de diferença.

“– Sujeira, sujeira, sujeira, da manhã até a noite. Eu sei que eles são pobres, mas poderiam se lavar. A água é grátis e o sabão é barato. Olhe só para este braço, enfermeira.”

Desde muito pequena Frances sente as consequências da pobreza e da segregação social em seu país, materializadas pelos baixos salários em subempregos destinados ao povo mais humilde. Somam-se, a esse cenário hostil, o abuso que seu pai fazia do álcool e uma melancolia disfarçada de hilaridade que ele tentava exteriorizar.

A mãe era forte e decidida, mas não tão afetiva. Tentava agir da maneira mais prática que conseguisse, para diminuir as dificuldades diárias; dificuldades que iam do aluguel à alimentação. Por isso quase não sobrava tempo para o amor.

Com o tempo e o alcoolismo de Johnny, as coisas foram ficando mais complicadas, já que os empregos do pai eram escassos. Assim Kate teve de assumir, praticamente, todos os custos da casa, mas sempre determinada a manter os filhos na escola.





Francie segue narrando sua trajetória e da família; os sacrifícios para se instruir e trabalhar ao mesmo tempo.

A história é ingênua e forte, contestadora e de aprendizado, já que a família parece não ter muita compreensão da razão do próprio sofrimento, mas luta, avidamente, para superá-lo.

O foco também é dado na força das mulheres: a avó e a tia. Com personalidades bem diferentes, mas todas com muita fibra.

Uma história emocionante e bem verdadeira; uma lição de vida e persistência.





Nenhum comentário

Não saia sem deixar um recadinho pra nós!