[Resenha] Lua no Céu de Cabul

LUA NO CÉU DE CABUL

Nadia Hashimi | Editora Arqueiro | 368 páginas | 2021

“Quando as coisas parecerem terríveis, imagine-as puras. Tome o veneno, mas sinta a doçura.”

"Lua no céu de Cabul", da autora Nadia Hashimi, foi lançado pela Editora Arqueiro e esta foi minha primeira experiência com autora. E posso dizer que me senti muito emocionada em diversas partes do livro.

A obra traz a história de Fereiba, sua infância após perder a mãe no parto e as dificuldades enfrentadas dentro de uma cultura rígida e uma madrasta que a tratava mais como uma empregada da casa. 

Com o casamento, Fereiba passa a ter uma vida feliz ao lado do marido e dos filhos, no entanto, a situação do país é delicada quando começa a Guerra e o Talibã assume o poder. 

Após o assassinato de seu marido, Fereiba se vê obrigada a fugir de Cabul com seus três filhos e ter a esperança de conseguir atravessar a Europa e chagar até sua irmã, na Inglaterra. 

Neste ponto da narrativa, vamos acompanhar os horrores passado pela família e a intensidade dos acontecimentos que eles vivem, fica impossível não se colocar no lugar dos personagens e sentir toda angústia, medo e insegurança que vão encontrar pelo caminho.

"Não há nada pior do que escolher entre dois filhos. Peça que eu escolha entre meu braço direito e o esquerdo, e lhe darei um deles. Mas peça que eu escolha entre dois de meus filhos, e meu coração se parte em mil pedaços."




Gostei do livro como um todo. A primeira  parte, que mostra mais da infância e da juventude de Fereiba me conquistou por completo. A segunda, já traz partes mais fortes, que mostram a realidade cruel vivida pelos refugiados e pensar que está longe de acabar...

É complicado imaginar uma mãe tentando fugir com seus filhos, â mercê de qualquer acontecimento, passar fome e não saber o que os espera pelo caminho, é bem difícil. Por isso é uma trama forte e alguns momentos partem o coração.

“Os rancores não morrem, só quem morre são as pessoas...”

Porém, também é um livro tocante, traz o amor acima de tudo e a esperança de uma vida melhor. Devo admitir que o final mexeu um pouco comigo, eu queria saber mais...

Apesar de ser uma leitura forte, a escrita da autora é fluída e te envolve. Indico para quem tem curiosidade sobre a cultura afegã e sobre a triste realidade dos refugiados, diante da guerra e a perseguição religiosa. Só prepare o coração. 

E você, já leu algum livro da autora?



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