[Resenha] O Mestre dos Abraços

 

Título: O Mestre dos Abraços
Autor: Celso Traub Editora: Editora Batel | Páginas: 272 | Ano: 2020 
Recebido em parceria com a Oasys Cultural


Em O Mestre dos Abraços, Celso Traub discute de maneira informal as questões que afligem a alma humana. Através de suas experiências pessoais e do trabalho como terapeuta, o autor levanta temas do sofrimento e da angústia que, de alguma forma, limitam as relações sociais. 

De maneira intermitente, Celso busca suas recordações da infância, na relação com os pais, para embasar a formação do seu caráter e mesmo as dificuldades que tem pelas conturbações que viveu. 

O pai sempre foi forte referência para o aprendizado da paciência e do amor. Rotineiramente amável e compreensível, é presença constante nas lembranças do autor como uma figura muito terna. 

Ele relata maior dificuldade no relacionamento com a mãe, uma pessoa mais rígida e introspectiva; e como essa personalidade o distanciava dela. 

O autor passeia por vários casos do consultório que vão ilustrando a evolução dos sofrimentos. A maneira de lidar com a dor e surpresa sobre os desfechos inesperados. 

O amor que supera os preconceitos e a descoberta de si como personalidade e não como doença. O terapeuta como um condutor no caminho para o bem estar e a aceitação de um rumo diferente. 

Percebe-se a dificuldade de seu trabalho, mas as satisfações também. Como um profissional de mente mais aberta e tratando as questões de maneira mais sistêmica na busca de uma vida mais sadia e equilibrada, ele descreve uma forma mais peculiar de lidar com os pacientes. 




O livro nos traz um universo que acaba sendo um pouco nosso também. Dificuldades familiares e profissionais que muitos de nós possuímos e, às vezes, por negação ou desconhecimento acabamos carregando nos ombros sem necessidade. 

A busca por ajuda não significa derrota ou fraqueza, mas a percepção das necessidades que são imprescindíveis para iniciar uma vida mais saudável. 

O livro é leve, mesmo tratando de temas potencialmente difíceis. Celso Traub os traz numa linguagem bem acessível e numa dinâmica bastante didática. 

Podemos capturar seus mais verdadeiros sentimentos sobre a família e a profissão. A paixão pela psiquiatria, como ferramenta para melhoria da condição humana, também fica evidente, mas muito além disso, o forte desejo de ajudar.



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