A CADERNETA DE ENDEREÇOS VERMELHA
Sofia Lundberg
Globo Livros | 2020 | 296 páginas
Recebido em parceria com a Editora
Olá,
hoje venho falar sobre esse livro maravilhoso que recebi em parceria com a Globo Livros.
Aos 96 anos, Doris Alm guarda em uma caderneta vermelha o contato de todas as pessoas que conheceu durante sua vida. Presente de infância de seu pai, a caderneta é um bem precioso repleto de lembranças.
E é através dela e de cartas escritas para sua sobrinha-neta, Jenny, que Doris vai nos contar sua jornada de superação de uma infância difícil e de desencontro com um grande amor de sua juventude.
Mas nenhuma cura do mundo podia melhorar minha visão de mim mesma. Nunca sabemos o que temos até perder tudo. É quando sentimos falta do que tínhamos.
Eu fiquei atraída por essa leitura desde que vi a edição, que é muito mais linda pessoalmente. Porém, confesso que não imaginava o quanto eu iria amar e me envolver com a história de Doris.
O livro intercala o presente e o passado. Doris, após o falecimento de seu pai, é colocada pela mãe para trabalhar na casa de uma dama da sociedade. O que não foi nada fácil para uma criança e a partir daí, vamos conhecer cada um que passou pelo seu caminho. De forma intensa e emocionante.
O presente nos mostra a relação de Doris com Jenny, que também tem uma história e que vai nos emocionar a cada página.
...mas as lembranças que guardamos da maioria das pessoas tendem a esmaecer com o tempo. Não que desapareçam ou não signifiquem mais nada. Mas aquela sensação de perda e pânico pela ausência torna-se opaca e acaba sendo substituída por algo ligeiramente mais neutro. Algo com que de alguma forma se pode viver
A Caderneta de Endereços Vermelha é um livro apaixonante, de encontros, desencontros, perdas, amor, coragem e lembranças.
Eu me envolvi por completo na vida de Doris, em suas perdas, na história de amor que ficou perdida no tempo, nos amigos que se foram e em suas memórias. Torci, sofri e por vezes fiquei com o coração aquecido também.
Um livro que nos faz pensar também em nossas escolhas, o que poderia ter sido diferente. E se nosso caminho tivesse um desvio. Ainda passaríamos por lembranças semelhantes?
Todo mundo passa por reveses na vida. Eles nos mudam. Às vezes nós percebemos; outras vezes acontecem sem o nosso conhecimento. Mas a dor, essa está lá o tempo todo, empilhada em nossos corações, como punhos cerrados prontos para se abrir. Em nossas lágrimas e em nossa raiva.
E o que dizer do final? Arrebatador.
Com certeza é uma leitura que não vou esquecer tão cedo.
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