[Resenha] O Sol Vinha Descalço

O SOL VINHA DESCALÇO

Eduardo Rosal
Editora Reformatório | 2016 | 96 páginas
Recebido em parceria com a Oasys Cultural

Se eu morrer/juro que não erro mais.

Eu costumo  sempre reservar algum tempo para ler poesias e confesso que O Sol Vinha Descalço, de Eduardo Rosal, me surpreendeu imensamente. O autor contempla em sua obra, além da nostalgia de sua infância, certo teor meditativo e metafísico. O que achei bastante instigante durante a leitura. 

A escrita é bastante simples, carregada de sentimentos e de elementos presentes em nosso cotidiano. Tudo colocado de forma sensível e envolvente. 

Outro aspecto que notei em seus versos foi o sentido interrogativo, trazendo questões sobre Deus e o porquê de nossa existência. Dos medos, saudades e dos afetos, sentimentos que carregamos em nosso íntimo, desde sempre. 

Tenho sido tão pouco ódio 
que chego a ter medo
de não estar sendo 
o mais humano que posso.


É impossível para o leitor, não sentir suas próprias memórias e se emocionar por essas linhas. Tão bem trabalhadas, em uma poesia concreta e irreverente de Rosal.

Quantas vezes, mãe, o cheiro de alho em suas mãos.
O silêncio circundava as panelas no fogo. Continuo olhando.
Você temperava os dias. E eu aprendia o sabor da palavra amor.

Esse é um gênero um tanto carente de leitores, mas é uma sensação maravilhosa deparar com uma obra linda, enriquecedora e ainda ser de um autor nacional. 

O Sol vinha Descalço é o livro perfeito para se aprofundar mais no gênero ou mesmo conhecer. Pois com certeza vai ser uma experiência prazerosa e única!




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