[Resenha] A Cor do Leite


A COR DO LEITE
Autora: Nell Leyshon
Editora: Bertrand Brasil
Ano: 2014
Páginas: 208 
Skoob


Sinopse: Em 1831, uma menina de 15 anos decide escrever a própria história. Mary tem a língua afiada, cabelos da cor do leite, tão brancos quanto sua pele, e leva uma vida dura, trabalhando com suas três irmãs na fazenda da família. Seu pai é um homem severo, que se importa apenas com o lucro das plantações. contudo, quando é enviada, contra a sua vontade, ao presbitério para cuidar da esposa do pastor, Mary comprovará que a vida podia ainda ser pior.
Sem o direito de tomar as decisões sobre sua vida, Mary tem urgência em narrar a verdade sobre sua história, mas o tempo é escasso e tudo que lhe importa é que o leitor saiba os motivos de suas atitudes.
A Cor do Leite apresenta a narrativa desesperada de uma menina ingênua e desesperançosa, mas extremamente perspicaz e prática. Escrito em primeira pessoa e todo em letras minúsculas, o texto possui estrutura típica de quem ainda não tem o pleno controle da linguagem. a jovem narradora intercala a história com suas opiniões, considerados por alguns críticos os trechos mais angustiantes da obra.



O ano é 1831 e a história é contada pela própria protagonista: Mary, uma menina de 15 anos, em numa época em que as mulheres não tinham valor algum.

Mary é a mais nova de quarto irmãs; tem uma perna deficiente e os cabelos da cor do leite. O pai, não conformado por todas terem nascido mulheres, as obrigam a trabalhar na roça de sol a sol, sem nenhuma folga ou descanso. Sendo muitas vezes bastante severo nos castigos físicos.





Apesar de todas as dificuldades e a pouca idade, Mary é dona de uma personalidade forte e de uma língua afiada. Diante de acontecimentos marcantes ela resolve contar sua história para que todos tenham conhecimento.

"esse é o meu livro e eu estou escrevendo ele com as minhas próprias mãos." 




Após dado momento, ela tem que viver na casa do pastor da cidade, pois sua esposa encontra-se gravemente doente e precisa de ajuda. Mesmo totalmente contrariada, Mary não tem escolha. Porém lá um mundo diferente se abre e ela tem a oportunidade de aprender a ler e escrever.




Você vai se envolver, se emocionar e cativar por Mary. Ela não é uma mocinha de contos de fadas, é uma garota forte, atrevida e que sabe bem diferenciar obediência de submissão, numa época em que a voz feminina não era levada em consideração.

"eu não sabia. Sabia que tinha sonhos mas não sabia quais." 

O livro é todo narrado por Mary de um jeito simples, único e sincero. Todo em letra minúscula, o que traduz toda simplicidade da personagem.



A capa é linda e com acabamento emborrachado. A diagramação do miolo é simples e o começo de cada capítulo traz o título sozinho em uma página. Excelente trabalho da editora.

A Cor do Leite é profundamente sensível com uma história triste e ao mesmo tempo cativante e inspiradora. Não tem como não se encantar! Com certeza recomendo essa leitura.

"a gente só vive uma vez. a gente logo vai morrer e quando olhar pra trás vai perceber a vida miserável que a gente teve e não precisa ser assim."

Beijos e até a próxima!


2 comentários

  1. Ah, esse livro é liiiiiindo! Triste, mas lindo!

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  2. Oi Fê
    Fiquei bem curiosa para ler este livro!
    Eu adoro os livros da Bertrand e achei a capa linda.
    A sinopse é bem interessante.
    Vai pra lista
    Bjks mil
    Clauo

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