FARSA DA BOA PREGUIÇA
Ariano Suassuna | Nova Fronteira | 272 páginas | 2020
A "Farsa da Boa Preguiça", compõe a trindade das peças mais representativas de Ariano Suassuna, junto com o "Auto da Compadecida" e "A Pena e a Lei".
A obra oferece um elogio ao ócio criador. Em um texto com tipos caricatos e muito bom humor, o autor traz reflexões profundas acerca do temperamento do brasileiro, desde aqueles que presos às modas estrangeiras, como a personagem Clarabela, até às figuras mais originais, como o poeta Simão.
A peça é dividida em três atos: "O peru do cão coxo", "A cabra do cão caolho" e "O rico avarento", todas com inspiração em fatos corriqueiros do Nordeste e histórias regionais.
Joaquim Simão é um poeta de cordel, pobre e preguiçoso, que só pensa em dormir. Ele é casado com Nevinha, mulher dedicada e religiosa. Por outro lado temos o casal rico da cidade, Aderaldo Catação e Clarabela, que possuem um relacionamento aberto.
Aderaldo é apaixonado por Nevinha, enquanto sua mulher a todo custo quer conquistar Simão. Entre as desventuras dos personagens, a história faz uma ode à boa preguiça ou ao ócio criador, tudo em meio a muito humor e muita crítica social.
A 0bra é leve, diverte, porém é preciso ter um bom entendimento de todo texto para compreender os questionamentos oferecidos acerca da preguiça saudável e necessária, quando por muitas vezes somos acometidos de ideias e inspirações.
A edição está bem bonita e eu gostei muito de mais essa experiência na escrita de Suassuna. Essa é minha indicação de leituras para quem gosta de sair um pouco da zona de conforto e conhecer novas obras.
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