O conto “O Mistério de Marie Rogêt”, se trata de mais uma investigação que passa a ser conduzida pelo detetive Dupin, a partir da mente de Poe. Por inspiração o célebre escritor teve a verdadeira história que ocorreu em 1841, nos EUA. 

Poe cria um cenário paralelo para a história, mas em Paris; tudo muito semelhante, sendo analisado minuciosamente pelo detetive Auguste Dupin quando a polícia local já não consegue mais avançar na investigação. 

O corpo de uma mulher é encontrado boiando no rio Sena e é reconhecido como sendo de Marie Rogêt. A polícia passa a investigar o fato como um homicídio, alegando que havia sinais evidentes de violência. 

Vários jornais passam a relatar a história e a fazerem conjecturas sobre o que teria acontecido à moça. Marie era uma bela mulher e atraia grande atenção para si, em seu trabalho, por isso não seria diferente a repercussão sobre seu assassinato. 

A cada momento os jornais levantavam um suspeito ou teoria para essa morte: o noivo, uma gangue, a família. Enfim, nada se sabia em definitivo. 

O detetive Dupin repassa cada prova coletada, cada depoimento ou artigo escrito pelos jornais a fim de estabelecer alguma teoria mais calcada na realidade e na racionalidade científica. Assim as deduções precipitadas e até irresponsáveis da mídia da época vão sendo derrubadas em partes, ou até na totalidade. 

Como no caso real, na ficção não existe uma conclusão. São levantadas as possibilidades, mas, acima de tudo, nos é dada uma lição sobre o valor do método no pensamento crítico durante um processo investigativo. Além da clara necessidade da bagagem cultural e o conhecimento técnico na solução de enigmas. 

O conto nos prende a atenção pelas várias outras possibilidades apresentadas pelo detetive, sobre o que poderia ter acontecido à jovem, e até mesmo se realmente aquele corpo era de Marie. Dupin não deixa passar nada!

Alguém já leu esse conto de Poe? O que achou?