A BESTA HUMANA
Autor: Émile Zola | Ano: 2014 | Páginas: 368
Editora: Zahar | Skoob
Esta é uma história sobre as várias formas, e até inevitáveis, como afloram os mais vis instintos humanos; por suas necessidades ou interesses, para o lucro ou satisfação pessoal.
O cenário é quase todo pautado nas linhas férreas de uma grande companhia. Os personagens têm sempre alguma relação com os trilhos, com este veículo dando o ritmo à história.
Jacques Lantier é o protagonista. Como maquinista de uma composição, chamada de Lison, realiza o percurso de Paris à Le Havre sempre muito atento ao roteiro e com grande rigor ao cumprimento dos horários. Ele cria uma aura para a locomotiva quase que a humanizando, sempre enaltecendo suas qualidades, em sua mente, análogas as qualidades femininas.
Jacques vive sob a pressão de reprimir um curioso desejo que o atormenta e impede de se relacionar com as mulheres. Sempre que se vê entrelaçado pelas nuances da paixão, nos instintos sexuais, surge como uma avalanche a vontade de matar aquela que é o alvo do seu desejo.
Ele sente em seu íntimo que se realizasse o ato homicida poderia alcançar o ápice da satisfação sexual. Mas por vezes tem reprimido tal impulso consciente da morbidez que este ato representa.
Paralelo à cruz que Jacques vem carregando existe o casal Séverine e Roubaud, que estão numa relação conturbada pela sombra do passado da mulher. Ela perdeu os pais cedo e passou a ser criada e protegida pelo magnata Grandmorin, um dos diretores da companhia de trens.
Jacques, por uma casualidade, acaba sendo testemunha do descarte do corpo de um homem. Por coincidência, e pela relação familiar, o casal Roubaud e Séverine são chamados a depor e encontram o maquinista na condição de testemunha do crime. Daí em diante eles passam a se relacionar numa condição quase patológica.
A investigação segue sem que o juiz possa atribuir categoricamente a alguém a autoria do crime. Outros personagens surgem com suas evidentes falhas de caráter. Jacques continua suprimindo seu desejo macabro, mas por conta de um acidente com a Lison, sua válvula de escape nas crises, o desejo homicida vai se tornando incontrolável.
Zola mostra o lado mais perverso das pessoas, com personagens calcados no egocentrismo, buscando unicamente o que lhes favorece ou causa prazer, não medindo as consequências dos atos, pois o importante é alcançar os objetivos e saciar o desejo latente.
Há suspense, drama e até terror! Uma obra prima que não deve deixar de ser lida, pois ele trabalha o mal de uma forma que não nos causa asco, já que entre todos os envolvidos na trama poucos são inocentes
Olá!
ResponderExcluirEu nunca tinha ouvido falar desse livro, tampouco sabia que a Zahar publicava coisas desse gênero.
Gostei muito da trama e com certeza vou adicionar na minha lista para ler.
Abraços,
Amanda
Muito interessante:))
ResponderExcluirBjos
Votos de uma óptima Terça-Feira.
Nossa, parece ser um livro muito pesado! Apesar de parecer muito interessante e de que eu vou gostar muito, estou numa fase da vida que estou precisando de coisas mais leves. Mas vou deixar ele anotado no Skoob pra poder ler um dia, parece ser muito bom!
ResponderExcluirAbraço,
Liv | Resenhas Caóticas
Caramba, eu desconhecia esse livro, mas já gostei bastante da premissa dele. Tem quase tudo o que gosto num livro. Já quero! :)
ResponderExcluirBjks!
http://mundinhodahanna.blogspot.com
Achei muito interessante essa obra. Gostei muito de conhecer esse livro ótimo. Fiquei impressionada com o conteúdo de qualidade presentes nesse trama e no enredo sensacional que o livro contém! Maravilha de dica de leitura. Muito bom conhecer.
ResponderExcluirOi, tudo bem? Como diz o ditado "todas as pessoas têm seu preço". E por isso cada uma tem sua própria motivação. É certo ou errado? Depende. Somente quem está vivendo cada situação é que pode dizer algo. Não podemos julgar pois não sabemos o que faríamos se fôssemos nós nessa situação concorda? Beijos, Érika =^.^=
ResponderExcluirGostei bastante do post, nunca li nada do Zola, mas já estudei sobre ele, já que o autor é um dos representantes mais expressivos do naturalismo francês, que inclusive influenciou o Flaubert na escrita de Madame Bovary ( esse eu li e gostei bastante).
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho
Bjs Aruom Fênix
Blog:https://leiturasdearuom.blogspot.com/
Uau, eu não conhecia, mas achei muito interessante. Gostei bastante da edição também, pelas fotos parece ter sido muito bem feita!
ResponderExcluirJá salvei aqui na minha lista para conferir depois!
Beijos!