[Resenha] Juntando os Pedaços


JUNTANDO OS PEDAÇOS
Autora: Jennifer Niven
Editora: Seguinte
Ano: 2016
Páginas: 392


Sinopse: Jack tem prosopagnosia, uma doença que o impede de reconhecer o rosto das pessoas. Quando ele olha para alguém, vê os olhos, o nariz, a boca… mas não consegue juntar todas as peças do quebra-cabeça para gravar na memória. Então ele usa marcas identificadoras, como o cabelo, a cor da pele, o jeito de andar e de se vestir, para tentar distinguir seus amigos e familiares. Mas ninguém sabe disso — até o dia em que ele encontra a Libby. Libby é nova na escola. Ela passou os últimos anos em casa, juntando os pedaços do seu coração depois da morte de sua mãe. A garota finalmente se sente pronta para voltar à vida normal, mas logo nos primeiros dias de aula é alvo de uma brincadeira cruel por causa de seu peso e vai parar na diretoria. Junto com Jack. Aos poucos essa dupla improvável se aproxima e, juntos, eles aprendem a enxergar um ao outro como ninguém antes tinha feito.




Juntando os Pedaços é meu primeiro contato com a autora Jennifer Niven, pois ainda não li seu primeiro lançamento, Por Lugares Incríveis. E eu esperei me emocionar muito durante a leitura e foi exatamente o que aconteceu, ou melhor, foi muito mais.

Com uma escrita tocante, Jennifer nos transporta para o mundo de Jack e Libby, dois personagens que são puro amor, amizade e compreensão.


A história começa com o primeiro dia de volta às aulas de Libby, ela esteve afastada por cinco anos e agora enfrenta o recomeço de tudo. Libby, por um tempo, foi considerada a adolescente mais gorda dos Estados Unidos e teve que ser resgatada de sua própria casa. Desde pequena, ela sofria pela não aceitação de colegas por estar acima do peso e tudo se tornou ainda mais difícil com a perda da mãe, de forma repentina e tão precocemente, isso fez uma marcada profunda em sua vida e até hoje, ela sente muito.

"Me dou conta de que posso começar do zero. Este é um novo começo para mim, e o que quer que tenha acontecido quando eu tinha onze, doze ou treze anos já passou. Estou diferente. Eles estão diferentes, pelo menos por fora. Talvez não lembrem que eu era aquela garota. E não pretendo ativar a memória de ninguém."

Do outro lado temos Jack, que sofre de prosopagnosia, uma síndrome na qual a pessoa não reconhece rostos, nem mesmo daqueles que lhes são mais próximos. Apesar de ser bastante difícil para ele conviver com a doença, Jack tenta ser um adolescente normal, mesmo que basta olhar para o lado por um segundo e a pessoa que até então estava à sua frente, já perde a identidade. Ninguém sabe que Jack possui essa síndrome.

"Ás vezes quero fechar os olhos e esquecer que posso ver. Porque não distinguir feições é bem parecido com ser cego."

As vidas dos dois se cruzam após uma brincadeira, um tanto maldosa, feita por um dos amigos de Jack, na qual, Libby foi o alvo. E assim, uma amizade que parecia pouco provável em outras circunstâncias, começa a surgir.



O livro é narrado intercalando os pontos de vista de Libby e Jack, coisa que eu adoro! Gosto de ver pela percepção de cada protagonista. E com isso o leitor tem uma visão bastante ampla de um adolescente popular entre os amigos, mas que possui um problema oculto e bastante sério e, por outro lado, uma garota, vítima de bullying de forma constante. 

A vida dos dois é muito diferente, mundos totalmente opostos, mas mesmo assim, a solidão é elemento comum na vida deles. Personagens tão diferentes à primeira vista, mas ao mesmo tempo muito reais. Ambos buscam se encaixar em um mundo cheio de estereótipos e preconceitos e juntos, se apoiam.


“Apenas as pessoas pequenas – pequenas por dentro – não aguentam o fato de alguém ser grande.”

A construção dos personagens foi cuidadosamente feita pela autora e Libby é inspirada em sua própria experiência. Aliás, Libby é umas das personagens mais intensa e apaixonante que conheci, sua personalidade é incrível. Apesar de toda adversidade de sua vida, ela não perde a confiança e o mais legal, nem sempre foi assim, ela se fortaleceu diante dos problemas. Libby é daquelas pessoas que deixam sua marca!




E nesse ambiente, Jennifer traz uma história repleta de reflexões sobre bullying, depressão, gordofobia, entre outros. Porém, de forma bastante leve, pois você também, vibra, torce e sorri. Amizade, família, aceitação, amor e superação também estão entre as mensagens passadas com a história. E o mais, que nunca estamos sozinhos, seja qual for o problema.

"Quero que saiba que estou torcendo por você. Às vezes precisamos ouvir isso, mesmo que seja de um estranho."

O único ponto que foi um pouco negativo para mim e não sei dizer se posso realmente classificar como negativo, mas foi algo que questionei um pouco, foi como Jack conseguiu esconder sua doença por tanto tempo e até mesmo de sua família. Será que isso seria possível?

A edição está linda! A capa é simples, porém gostei bastante – foi mantida a original dos EUA. Quanto à diagramação também não tenho o que reclamar.

Recomendo para todos que procuram uma leitura forte em emoções e para aqueles que, gostariam que de alguma forma, que esse fosse um mundo melhor!



5 comentários

  1. Oiê, tudo bem?
    Tenho muita vontade de ler o livro, já li vários comentários ótimos sobre e a sua resenha em deixou com mais vontade ainda! Gostei muito da resenha! Ótimo saber que os capítulos tem a narrativa intercaladas pelos personagens, amo livros assim!

    Adorei seu blog e já estou seguindo!
    Beijão :*
    Claris - Plasticodelic

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  2. Não conhecia a autora, parece ser bem tocante.

    O Blog da Fênix agora é Cobaia Amiga! Para comemorar a mudança estou sorteando um presentinho para uma leitora lá no blog: http://www.cobaiaamiga.com/2018/01/sorteio-kit-cabelos.html

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  3. Quero muito ler esse livro e o por lugares incríveis, sempre vejo comentários positivos sobre os dois. Fiquei com ainda mais vontade de ler por saber que os capítulos são intercalados entre os personagens, adoro ver as perspectivas diferentes.

    Enfim, ótima resenha.
    Beijos da PINGUIM

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  4. Oi Fê
    Adorei o post!
    Está na minha lista, pois adorei Por lugares incríveis!
    No outro livro ela também escreve sobre dois personagens!
    Bjs

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