[Resenha] O País do Carnaval

O PAÍS DO CARNAVAL

Autor: Jorge Amado
Editora: Record
Ano: não datado
Páginas: 192

Sinopse: Romance de estreia, escrito quando Jorge Amado tinha dezoito anos, O país do Carnaval (1931) é, apesar do título irônico, mais sombrio e introspectivo que a maioria dos livros que fizeram dele o ficcionista mais popular da literatura brasileira.A narrativa começa no navio que traz de volta ao Brasil o jovem filho de fazendeiro Paulo Rigger, depois de sete anos em Paris, onde cursara direito e absorvera comportamentos e ideias modernas. Nos primeiros dias que passa no Rio de Janeiro, Rigger tenta compreender um país onde já não se sente em casa, um país que tenta timidamente superar seu atraso oligárquico e ingressar na era industrial e urbana.De volta a Salvador, ele participa de um grupo de poetas fracassados e jornalistas corruptos que giram em torno do cético Pedro Ticiano, cronista veterano. Todos se sentem insatisfeitos e buscam um sentido para a existência: no amor, no dinheiro, na política, na vida burguesa ou na religião. Nesse romance de geração, as dúvidas e angústias dos personagens espelham a situação do país, que naquele momento passava pela Revolução de 30 e procurava redefinir seus rumos.





Olá! A resenha de hoje é do livro O país do Carnaval, de Jorge Amado, primeira obra do autor. Eu sou apaixonada por Jorge Amado e estou lendo seus livros cronologicamente, para ter contato com a evolução da escrita, do estilo e das temáticas. Adoro as críticas presentes em seus textos e, sobretudo, o regionalismo. É, aliás, o Modernismo Regionalista meu estilo preferido dentro da literatura nacional, por isso fico sempre tão encantada com livros como O país do Carnaval.


Nele conhecemos Paul Rigger que retorna ao Brasil após estudar Direito em Paris. O jovem chega interessado em participar da vida política brasileira, mas fica perplexo com o que considera um país atrasado intelectualmente.

Ó rapaz! Agora é que você está lendo José de Alencar? Relendo, Ticiano. Eu gosto muito de Alencar...É bom poeta... Bom poeta...Poeta?...Sim, poeta. Iracema é um poema de grande sonoridade. Mas Alencar é um mau romancista...

Paul chega ao Rio de Janeiro durante o Carnaval e conhece o povo alegre que sai às ruas para festejar, a despeito de suas dificuldades. O protagonista participa dos festejos e sente que seu lugar é no Brasil, repetindo várias veze ao longo do livro o jargão “este é o país do Carnaval”.


O Brasil passa também por um momento de reestruturação política, que Paul acompanha com seu novo grupo de amigos, a elite intelectual da Bahia, formado por poetas e jornalistas que questionam o tempo todo sobre qual é a finalidade da vida: a felicidade, o amor, a aceitação?


Nas opiniões do grupo transparecem preconceitos quanto à miscigenação e à ingenuidade do povo.

Aqueles homens sofrem a única tragédia verdadeira... A da fome...– Nada. A nossa é muito maior – atalhou José Lopes. 

Jorge Amado escreveu que gostaria de ter dado a esse livro o título “Os homens que eram infelizes sem saber por quê”. Essa é a sensação que as páginas deixam. O elitismo e o intelectualismo dos personagens é a raiz dos seus males. Paul rejeita o amor, Ricardo o encontra, mas todos questionam se amar será suficiente para ele. Ao mesmo tempo, todos consideram

A Felicidade só a alcançam os imbecis e os cretinos...

O livro foi escrito quando Jorge Amado tinha menos de 20 anos, mas traz diversos elementos que figurarão em suas obras futuras, como a crítica social, porém menos sutil e com questões filosóficas mais explicita. Excelente livro para iniciar o ano e o ciclo de leitura da obra do autor.

Até a próxima!

10 comentários

  1. Oie. Dentre os clássicos, Jorge Amado é com toda certeza um dos que eu mais me encanto por sua escrita. O autor explora com genialidade essas questões sociais que são tão humanas em nossas vidas. Quem nunca se perguntou se merece ser amado e quem sabe, quem nunca deixou o amor que mora ao lado passar? Por essas quetões fico tentada ler o livro. A obra parece ser realmente espetacular. Beijos.

    Fantástica Ficção

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  2. Olá, tudo bem?
    Li esse livro na escola e não gostei muito, tem uns clássicos que me cansam e parece que o livro não termina nunca.
    Mas é muito legal o jeito que os autores antigos retratavam a sociedade da época.
    Adorei o POST❤

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  3. Oie
    Nunca li nada desse autor mas quero muito, de uns tempos para cá estou amando ler clássicos. Não sabia que esse era a primeira obra dele, acredito que dá para notar uma diferença desse para os outros livros dele, a evolução na escrita dele né? Eu já fiquei com vontade de ler e espero gostar tbm. Amei a resenha.
    Bjos, Bya! 💋

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  4. Ei! Tudo bem?

    Eu A-M-O Jorge Amado, acho ele um autor incrível que nos mostra uma sociedade passada de uma forma brilhante, e fico muito feliz em saber que minha escola me apresentou ele. Não li esse livro ainda, diferentemente de você, o que eu li do autor foi em qualquer ordem, o livro que eu achei eu peguei para ler rsrs Sua resenha está sensacional, me deu vontade de parar tudo e ler mais um pouco desse autor maravilhoso.

    Beijos!
    http://www.as365coresdouniverso.com.br/

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  5. Oii tudo bem?? É otimo quando fazemos leituras que agregam conhecimento, que trazem no enredo momentos históricos e importantes de fatos ocorridos em nosso país. Sem dúvidas uma leitura muito construtiva que quero muito fazer.
    Beijos

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  6. Oiee, não li nada sobre Jorge Amado, mas dá pra ver os preconceitos estampados nos quotes destacados, parece ser um livro bom, mas não sei se leria não, pelo menos essa obra digo. Bjus e bom domingo.

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  7. Olá, tudo bom? Não conhecia a obra, mas parece excelente.
    Gostei bastante do outro titulo que o autor poderia ter dado ao livro.
    Parabéns por ter começado o ano com ótimas leituras.

    Beijos, Ally.
    Amor Literário

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  8. Ola, eu não gosto de livros classicos. Sua resenha é bastante interessante e que bom que você gosta de classicos. Amei a resenha

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